top of page
Search

Assassinos em série

Writer's picture: psycodiaryfilespsycodiaryfiles

Updated: May 6, 2024

A definição de um assassino em série é um indivíduo que comete vários homicídios sem nenhum motivo aparente, uma vez que, muitas vezes, não apresentam qualquer tipo de relação pessoal com as vítimas, sendo que seguem sempre um padrão comportamental característico e previsível. O padrão pode estar presente no tipo de vítimas, na forma como morrem ou no sítio onde os homicídios ocorrem. Normalmente, existe um período de tempo entre os crimes cometidos, que varia consoante o assassino e o seu método. Por isto, este tipo de homicidas destacam-se, então, de outros assassinos principalmente pelo número de vítimas e o pelo tempo entre as mesmas. Para os assassinos em série, cada homicídio é tratado como um evento, que é impulsionado por uma emoção psicológica ou necessidade de prazer. O termo “serial killer” surgiu em 1970, quando o agente do FBI Robert Ressler precisava de um nome para definir vários homicídios cometidos do mesmo modo mas com espaos de tempo. No entanto, considera-se que o primeiro assassino em série foi Jack the Ripper que em 1888, matou sete mulheres em Londres.


Existem diferentes tipos de assassinos: os visionários, assassinos que ouvem vozes que lhes indicam que devem matar pessoas, os missionários, que acreditam que ao matarem certas pessoas estão a livrar o mundo do mal, emotivos, normalmente são os mais violentos e matam puramente por prazer, e os sádicos, em que o seu prazer vem diretamente do sofrimento da vítima. Estes homicidas podem ser divididos em duas categorias, assassinos organizados ou desorganizados: os organizados têm uma abordagem planeada e pensada para os crimes. Deixam o corpo numa posição específica, levam a arma do crime com eles, mexem com as provas que deixam para trás, e tentam esconder o corpo. De acordo com os profillers, estes assassinos são capazes de distinguir o errado do certo, não são loucos e não mostram qualquer tipo de remorsos. Tendo em conta os padrões históricos, estes assassinos são extremamente inteligentes, atraentes, normalmente casados ou numa relação, têm um emprego, têm uma boa formação, são controladores e pessoas charmosas. Por serem tão organizados, costumam existir três cenas de crime, o local onde a vítima foi abordada pelo homicida, o local onde foi morte, e o sítio onde o corpo foi depositado. Costumam estar familiarizados com os processos da polícia, sendo cuidadosos em relação aos rastos que deixam para trás. Alguns exemplos de assassinos organizados são o Ted Bundy que depois de uma década a negar qualquer envolvimento nos homicídios confessou ter raptado, morto e violado 30 mulheres, entre 1974 e 1978. No entanto, é suspeito de ter morto entre 90 a 100 mulheres. Isto torna-o um dos assassinos em série mais famosos por ter morto tanta gente em tão pouco tempo. Outro exemplo é Dennis Rader, autoentitulado como BTK, porque amarrava, torturava e matava (bound, torture, kill) as suas vítimas. Matou dez pessoas e depois enviava cartas perturbadoras à polícia com os detalhes dos seus crimes. Adicionalmente, outro exemple é Harold Shipman, que matou 250 pessoas, de 1972 até 1998. Harold era um médico que fingia examinar as vítimas, enquanto na verdade se preparava para as matar através de uma dose excessiva de heroína nas pessoas.


Por outro lado, os assassinos desorganizados são mais descuidados, podendo até deixar impressões digitais nos locais dos crimes e sangue espalhado, normalmente são mais novos e estão sob a influência de álcool ou drogas. Normalmente são antissociais, têm dificuldades em comunicar e têm um nível de inteligência inferior à média, são introvertidos. É também comum terem sido vítimas de abusos enquanto eram crianças, criando aversões sexuais. Isolam-se, ficam confusos ou assustados enquanto cometem o crime e costumam matar perto do sítio onde vivem, ao contrário dos assassinos organizados. Alguns exemplos de assassinos desorganizados são Jack the Ripper, já mencionado. Também Richard Ramirez, conhecido como o night stalker, que matou e violou 13 pessoas. Os seus atos eram impulsivos e brutais e envolviam quase sempre um assalto também. Paul Dennis Reid, conhecido como the fast food killer, matou sete pessoas entre fevereiro e abril de 1997, todos empregados de restaurantes de fast food.


No cérebro humano, a amígdala trata-se da região controladora dos níveis de medo e ansiedade, e o cortéx pré-frontal ventromedical é a área responsável pelo processamento de emoções como empatia ou a culpa, mas também do controlo de impulsos.  No cerbero de serial killers existe uma redução do tamanho e da atividade do córtex pré-frontal, o que acaba por contribuir para um comportamento mais violento e dificuldades em regular emoções. Estudos mostram que o cérebro de um assassino em série apresenta pouco comunicação entre a amígdala e o córtex pré-frontal ventromedical comparado com uma pessoa normal e, por isto atos violentos não são tão impressionantes para eles. Jim Fallon, um neurocientista que estuda o comportamento e os cérebros de assassinos em série, fez uma ted talk na qual fala sobre as anomalias do cérebros dos mesmos. Ele explica que apesar das pessoas poderem herdar certas anomalias cerebrais e nascerem com predisposições para se tornarem num assassino em série, o fator decisivo muitas vezes é a infância. Se o individuo for exposto a violência extrema ou a um trauma ou a rejeição constante, principalmente pela família e pela comunidade que os rodeia, tornando-os também pessoas violentas.


Adicionalmente, os assassinos em série podem deixar rastos de uma ou das duas características comportamentais seguintes: MO (modus operandi), ou seja, a maneira como operam, ou uma assinatura. Enquanto todos os crimes têm um MO, nem todos têm uma assinatura. O modus operandi é algo que o homicida vai alterando consoante o tempo e as circunstâncias, sendo que tem sempre uma base fixa. Ou seja, se o assassino amarra sempre as suas vítimas pode eventualmente mudar o material com que o faz, mas o padrão de amarrar mantém-se. Por isto, muitas vezes o modus operandi pode ajudar a polícia a prever quando ou como o próximo homicídio vai ocorrer, que é conhecido como predictive proffiling. Para além disto, a assinatura não é necessária para o crime, mas é comum, principalmente em assassinos organizados. A assinatura tem um propósito emocional e de satisfazer as necessidades psicológicas do ofensor e é um reflexo das suas fantasias. Muitas vezes o assassino pode também alterar a cena do crime de forma a interferir com as investigações, o que é considerado parte do MO e intitula-se encenamento. Também existe o posicionamento, quando o assassino altera a cena do crime ou a maneira como o corpo está disposto com a simples intenção de satisfazer uma necessidade, considerado parte da assinatura.


Muitas vezes os serial killers levam com eles após cometerem o crime uma espécie de troféu ou lembrança, que varia entre brincos, carteiras, chaves de casa... Algumas das razões pelas quais o fazem é pelo poder e controlo que têm sobre a vítima, sendo também uma lembrança física da impotência da mesma, simbolismo, representam uma conquista ou um aspecto específico do crime, com o propósito de reviver os crimes em si.


Em termos de media, os jornais acabam por muitas vezes romantizar assassinos em série e dando-lhes a atenção e fama que eles desejam. Estão em constante alerta em relação a jornais para ver se os seus crimes são mencionados, obtendo daí a atenção que necessitam, o que acaba por ser um problema porque incentiva o assassino a continuar.


Para além disto, este tipo de assassinos fascinam-nos principalmente pelo retrato feito pela imprensa dos mesmos. Há muitos livros, séries, filmes que abordam este tema e isso tende a gerar uma grande curiosidade, adicionalmente, o facto de existir um contraste tão grande entre os assassinos e nos leva a um suscite de interesse, que mais uma vez é o meu caso.


Para acabar queria deixar algumas recomendações de séries, como o mindhunter, uma série inspirada num ex-agente do FBI, Robert Ressler, Ted Bundy tapes, falam sobre os vários homicídios do ted bundy, a sua história as suas motivações e fazem isso usando gravações de entrevistas que ele fez quando estava no corredor da morte. E depois também recomendo o mentalista, que é pura ficção, é a história de um senhor que é um mentalista e que a família dele é assassinada por um assassino em série e então ele junta-se à polícia como consultor e ajuda-os a encontrar quem matou a família dele.


24 views0 comments

Recent Posts

See All
Emoção

Emoção

Comments


bottom of page